|
A presidenta do PCdoB, deputada federal Luciana Santos, alertou, nesta sexta-feira (24) que desde o anúncio do rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com o governo, a oposição neoliberal se movimenta para agravar a crise política, tentando transformá-la em crise institucional. Esse fato exige das forças democráticas e progressistas "firmeza e sagacidade tática". Essa declaração faz parte do pronunciamento que a presidenta do PCdoB fez na abertura de uma reunião extraordinária da Comissão Política Nacional (CPN) do Partido, realizada na cidade de São Paulo.
Luciana salientou, preliminarmente, que a crise política brasileira não é um caso isolado. O tema crise ou luta política radicalizada comparece, em gradações distintas, em vários países da América Latina, tais como, Venezuela, Argentina e Equador, todos eles alvos de uma ofensiva de forças reacionárias internas e externas.
Luciana, destacou o protagonismo da presidenta Dilma Rousseff na pauta internacional, empreendendo importantes articulações em benefício do nosso país, como foi o caso das missões de governo chefiadas pela presidenta ao México, Estados Unidos, Itália e à Rússia.
Neste último país, ela participou da reunião de Cúpula dos Brics que resultou em decisões de vulto, tais como, a formalização de um Banco de Desenvolvimento e de um Fundo de reserva financeira.
Ainda sobre o que ocorre na América Latina, a presidenta do PCdoB também sublinhou a importância da reabertura das embaixadas em Washington e Havana como um passo significativo do reatamento diplomático entre Cuba e Estados Unidos. Para Luciana, trata-se de uma vitória do governo socialista de Cuba na sua longa luta pelo fim bloqueio econômico que sofre há mais de 53 anos.
Estado de golpe permanente
Ao analisar o momento político brasileiro, Luciana citou o ex-presidente do PCdoB Renato Rabelo que afirmou, em artigo recente, que a investida do consórcio oposicionista se caracteriza por forjar "um estado de golpe permanente" visando atingir o mandato constitucional da presidenta Dilma Rousseff e a liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Luciana novamente voltou a destacar que a Operação Lava Jato se tornou palco de disputa política que usa "dois pesos e duas medidas" uma vez que poupa os partidos de oposição e se concentra em ações contra a base política que sustenta o governo Dilma.
A presidenta do PCdoB, chamou atenção para o fato de que as denúncias que pairam sobre o deputado Eduardo Cunha, trouxeram a crise ainda com maior ênfase para a esfera do Poder Legislativo, aumentando a instabilidade e a complexidade do quadro político.
PCdoB empreende articulações
A presidenta do PCdoB informou que o Partido se empenha para concretizar a frente ampla, e um bloco político e social de esquerda para a defesa da democracia e do mandato da presidenta Dilma.
Relatou uma série de iniciativas da presidência do PCdoB, tais como, participação nas reuniões do Conselho Político do Governo, encontros com o Vice-presidente do país e presidente do PMDB, Michel Temer; com o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, entre outras personalidades. Disse ainda que a legenda comunista realiza intenso diálogo com o elenco de partidos da base aliada por intermédio de sua Bancada Federal.
Quanto a tarefa da formação da frente ampla, Luciana argumentou que o aprofundamento da crise, a relação de forças favorável ao campo político conservador, ressaltam a importância tática do centro político, em especial do PMDB.
Destacou, ainda, o importante encontro que ela manteve, recentemente, com a presidenta Dilma Rousseff, do qual participou também, o ex-presidente Renato Rabelo. Luciana disse que a presidenta Dilma reconheceu o papel destacado do PCdoB no enfrentamento da crise e que
Dilma demonstrou firme disposição de realizar agenda tanto com lideranças políticas e partidárias quanto com os movimentos sociais, procurando assim dar visibilidade às iniciativas de seu governo que visam retomar o crescimento econômico rumo a uma nova etapa do desenvolvimento nacional.
Luciana também enalteceu o papel do governador Flávio Dino, do Maranhão, junto aos governadores do Nordeste, e também da Amazônia, em defesa do Estado Democrático de Direito e do mandato da presidenta. Da mesma forma salientou a contribuição do ministro Aldo Rebelo tanto na agenda internacional em prol do desenvolvimento do país, quanto no núcleo de articulação plural do governo que foi recentemente constituído.
Agosto, mês de grandes embates
Luciana, disse que a evolução da conjuntura do país segue, como o Partido tem alertado, "instável e perigosa" e face a essa realidade o PCdoB e demais forças progressistas devem ficar em estado de alerta e mobilização permanente.
Destacou que a presidenta Dilma vem procurando através de iniciativas tanto na esfera política quanto no âmbito do governo, fortalecer a resistência e desencadear a contraofensiva.
O "Pacto de governabilidade" a ser firmado com os governadores na semana próxima, bem como o encontro com o MST a ser realizado, são exemplos desse esforço da presidenta. Além disso, Luciana sublinhou como importante a disposição da presidenta de percorrer o país, em contato direto com o povo, para apresentar projetos do governo, tais como o lançamento do Programa Minha Casa, minha Vida 3, o Plano Safra, Nova Plano da Agricultura Familiar, o Plano de Proteção ao Emprego, entre outros. Assinalou, também, o papel indispensável do ex-presidente Lula na articulação política e mobilização do povo.
A agenda de confrontos e embates já anunciada para o mês de agosto exige articulação, e preparação desde já. No Congresso Nacional, especialmente na Câmara dos Deputados, se espera uma agenda parlamentar conturbada. Já está em curso o trabalho de CPIs no Senado e na Câmara ao qual se juntará às novas CPIS que, recentemente, foram autorizadas. Agrega-se, a possível tramitação dos pedidos de impeachment e a instabilidade decorrente das investigações da Operação Lava Jato contra o presidente da Casa.
Outra questão importante é o julgamento que o Tribunal de Contas da União (TCU) fará sobre as contas do governo Dilma, no caso referente às chamadas pedaladas fiscais, bem como andamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de uma ação movida pelo o PSDB para reprovar a prestação de contas da campanha eleitoral de 2014 da presidenta Dilma.
Na pauta da retomada do crescimento, da defesa das empresas nacionais, Luciana voltou a criticar a alta taxa de juros e destacou que a agenda pró desenvolvimento deve prosseguir, agora, no segundo semestre, pois além de necessária é uma bandeira ampla e mobilizadora, e citou como exemplo o êxito do ato realizado pela Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás, presidida pelo deputado Davidson Magalhães.
Luciana destacou como questão de grande relevância o novo capítulo da batalha das ruas. Está convocada para o dia 16 de agosto uma manifestação das forças conservadoras e reacionárias contra o governo Dilma. Já dia 20, também de agosto, os movimentos sociais, partidos de esquerda e forças democráticas, estão chamando o povo para sair às ruas contra o golpe, em defesa da democracia e dos direitos sociais e trabalhistas.
A presidenta do PCdoB propôs e foi constituído um grupo de trabalho do Partido para contribuir com o êxito das manifestações do dia 20. Para os comunistas, a mensagem central das manifestações desta data deve ser a defesa da democracia e consequentemente do mandato da presidenta Dilma, o que representará uma forte condenação à investida golpista da direita.
|
|